Energia solar no Brasil

31/03/2010 16:59

Energia solar recebe investimentos, mas ainda é fraca no País

Especialista acredita que fonte deve se tornar competitiva em até seis anos

Por Luciano Costa

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Getty Images

A energia solar ainda não se tornou economicamente viável por aqui, mas tem crescido em ritmo forte no continente europeu, nos Estados Unidos e na China. No Brasil, a fonte ainda engatinha e está longe de se tornar uma realidade. O especialista e professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (IEE-USP) Roberto Zilles estima que esse tipo de geração deve começar a se tornar competitiva em cerca de cinco ou seis anos.

Os cálculos de Zilles foram feitos com base em instalações nos prédios do próprio IEE. A conta estipulou que o preço da energia das distribuidoras crescerá em torno de 6% ao eno, enquanto a geração solar ficará 5% mais barata a cada doze meses.

O que pode ajudar no desenvolvimento do setor é um projeto de lei aprovado pela Comissão Especial de Energias Renováveis da Câmara dos Deputados. O texto prevê incentivos à microgeração por meio de placas de energia solar em residências. O excedente gerado poderia ser vendido para as distribuidoras de energia, que teriam a obrigação de comprar toda a carga inserida pelos consumidores na rede. A lei ainda inclui diversos outros incentivos às fontes alternativas.

A matéria, porém, ainda precisa ser votada no Senado Federal e posteriomente regulamentada pela Aneel. Enquanto isso, alguns empreendedores arriscam investimentos apesar do cenário atual. A espanhola Amda Energia e a paulista Enerbrax divulgaram em novembro que pretendem instalar uma usina termosolar no município de Coremas, na Paraíba. O projeto deve consumir cerca de R$500 milhões e terá capacidade de 50MW.

Ainda no Nordeste, a MPX confirmou planos para implantar uma planta no Ceará. Segundo a companhia, está sendo estruturada a montagem de uma unidade-piloto, com 1MW de potência. Para o projeto, foi assinado um memorando de entendimentos para parceria com a chinesa Yingli Solar. De olho no setor, o Ceará até mesmo criou o Fundo de Incentivo à Energia Solar (Fies). Já aprovado na Assembleia Legislativa do Estado, o projeto conta com um aporte inicial de R$10 milhões em subsídios para equiparar o preço da energia da fonte à tarifa praticada no mercado livre.

Outro ponto que anima o setor é a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no País. Com a preocupação cada vez maior com a questão ambiental, ganha força a ideia de tornar as arenas da competição símbolos de sustentabilidade. Em Minas Gerais, a Cemig assinou entendimento de cooperação com a alemã GTZ para instalar um sistema de geração fotovoltaica no Mineirão. Na Bahia, a Coelba e o governo local também têm um acordo com a GTZ para investir R$5,5 milhões para tornar o estádio de Pituaçu em uma arena com energia solar.


Caldeirão Grande Bahia - site editado por Jorge da Silva Macedo. Sugestão entrar em contato elo email abaixo: jorgesilvamacedo@hotmail.com